Você sabe o que é economia circular?

Quando nós pensamos em padrão de produção, histórico ou até mesmo atual, imaginamos um processo linear baseado nos princípios de extração dos recursos e matérias primas. Levando ao beneficiamento e transformação em bens de consumo para uso e posterior descarte dos resíduos gerados. Além de representar um modelo altamente agressivo ao meio ambiente, não leva em conta também a finitude dos recursos naturais que o meio ambiente é capaz de fornecer. Esses dois fatores são peças chave para a criação e o aumento crescente da importância do conceito de Economia Circular, que você poderá conhecer um pouco mais agora.

Placa sobre a importância da sustentabilidade

 

O que é Economia Circular?

Conceito

O termo Economia Circular foi criado em 1989 por dois ambientalistas britânicos: David W. Pearce e R. Kerry Turner. Eles observaram que o processo produtivo existente não representava um ciclo fechado de extração, consumo e reuso dos recursos, como o que acontecia na natureza. Nela se notava o reaproveitamento dos resíduos gerados pelo consumo animal ou vegetal de uma matéria prima em prol do desenvolvimento do meio como um todo e a manutenção de um ecossistema saudável.

Na cadeia produtiva humana, que à época era extremamente dependente de recursos fósseis, como o petróleo e o gás natural, seguia-se fielmente um processo que consiste, basicamente, na extração volumosa de recursos naturais, transformação desses recursos em bens duráveis. Depois de usados, são descartados indiscriminadamente, muitas vezes sem qualquer tipo de controle e preocupação com o acondicionamento e com os impactos gerados ao meio ambiente. 

Impactos no meio ambiente

Imaginando-se um ritmo acelerado de produção, esse processo atenderia a toda e quaisquer demandas do mundo moderno, mas a um custo ambiental muito alto. Observa-se, ano após ano, um aumento da poluição dos mares por descarte de resíduos sólidos e, segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que 8 milhões de pessoas morrem anualmente no planeta vítimas da poluição atmosférica. Uma verdadeira tragédia, que pode ser mitigada usando alguns dos princípios da Economia Circular: extração consciente de matérias primas, design regenerativo aliado a uma economia de performance, produção remanufaturada, abolição de produtos com obsolescência programada – feitos para durar determinado tempo e depois serem descartados – coleta seletiva e reintegração dos resíduos como novas matérias primas para a cadeia produtiva.

Assim, não é um exercício complexo e muito menos custoso pensar e colocar em prática esses princípios. Por que não reaproveitar peças de aparelhos eletrônicos que já saíssem de fábrica com um design que pudesse ser reutilizado em outras situações? Ou usar embalagens totalmente recicláveis e que não utilizam produtos agressivos ao meio ambiente? Pensar em Economia Circular é automaticamente rejeitar a produção de resíduos sólidos em excesso e optar por produtos vindos de uma cadeia produtiva cíclica e fechada, cujos bens são mais eficientes, duráveis e reutilizáveis

Resíduos sólidos

 

Qual o principal objetivo da Economia Circular?

Podem ser muitos os objetivos de um modelo de produção baseado na Economia Circular. Desde a busca pelo desenvolvimento sustentável, utilização racional dos recursos naturais, evitar o desperdício e até reaproveitar resíduos que possam ser descartados. Mas de certa maneira todos eles confluem para um fator primordial: gestão eficiente e sustentável dos recursos existentes, mantendo-os em circulação sempre em seu maior grau de eficiência e usabilidade, de acordo com o Portal da Indústria da Confederação Nacional das Indústrias (CNI).

Para que esses produtos estejam sempre em seu alto grau de eficiência e uso, mesmo que em outras funções das quais não foram projetados em um primeiro momento, é necessária a conexão entre desenvolvimento tecnológico e um pensamento inovador. O design, a tecnologia embarcada, o modo de produção e até mesmo os recursos humanos envolvidos na confecção desses bens precisam estar alinhados em prol de um conceito que supere o uso para o descarte e dê preferência para o uso continuado. Não é uma tarefa fácil, tampouco impossível. Tendo em vista todos os avanços tecnológicos obtidos pela sociedade e as muitas pesquisas que vêm sendo desenvolvidas nessa área.

Ainda, a gestão eficiente e sustentável dos recursos naturais, só pode acontecer se houverem consumidores circulares dentro da cadeia. Ou seja, pessoas engajadas e conscientes de que os bens naturais explorados pelo homem não são infinitos e que o seu fim pode significar um abalo tremendo na sociedade em que vivemos. Logo, se os consumidores circulares estiverem alinhados com o seu papel dentro da engrenagem e derem preferência pelo consumo de produtos com maior duração de uso e com possibilidade de reinserção na cadeia de produção e um ciclo sustentável. É possível vislumbrar um futuro ambientalmente melhor para as próximas gerações.

 

Economia Circular na prática e seu funcionamento

Para colocar em prática a economia circular, primeiramente se faz necessário a disseminação do pensamento cíclico, ou seja, o ideal de reaproveitar, transformar e reciclar.

Assim como o pensamento citado acima, é preciso que o consumo seja desacelerado e consciente, uma vez que através das relações de produção e comércio globalizadas, estamos consumindo cada vez mais, e consequentemente produzindo mais resíduos sólidos, os quais na grande maioria das vezes não são descartados da maneira correta.

Lata de lixo cheia

Quer entender mais sobre os diferentes tipos de resíduos sólidos no processo produtivo? Acesse nosso artigo 

Dessa forma, se torna evidente e cada vez mais urgente, a implementação de um sistema baseado em reaproveitar resíduos, como é o caso da economia circular, dinâmica essa que pode ser exemplifica em 6 etapas:

  1. Extração
  2. Transformação
  3. Consumo
  4. Manutenção e reparação
  5. Reaproveitamento
  6. Reciclagem ou tratamento para descarte consciente

É possível perceber certa semelhança com a economia linear, afinal ambas são processos de fabricação, contudo, apesar de possuírem as 3 primeiras etapas relativamente iguais, na economia circular elas são mais focadas no reaproveitamento de materiais, e não na extração de matéria-prima. Ademais, o consumo nesse processo cíclico se faz mais consciente e sem desperdício.

Após as 3 primeiras etapas, notamos diferenças mais nítidas entre as economias circular e linear. A fase de manutenção e reparação tem como objetivo garantir uma vida útil mais longa aos produtos, se certificando de que esses possam seguir para a etapa de reutilização.

Por fim, chegamos à fase de reciclagem ou tratamento para descarte consciente. Esse processo visa reaproveitar os resíduos sólidos, para que assim se inicie a etapa 1 novamente e se atinja o objetivo da economia circular. Entretanto, o descarte é de forma consciente caso não possamos reaproveitar o resíduo.

Nesse contexto, existem empresas atualmente que já adotaram a economia circular e a colocam em prática, entre elas podemos citar:

  • Nespresso: essa empresa recolhe o máximo possível de suas cápsulas de café feitas de alumínio vendidas, e através do Centro de Reciclagem Nespresso, consegue reaproveitar o alumínio diversas vezes, e transformar o pó de café usado em adubo.
  • Coca-cola: por meio de parcerias com catadores de material reciclável e cooperativas, essa empresa além de reutilizar suas embalagens de vidro e plástico retornável, procura reciclar suas garrafas PET.

Quais seriam as vantagens para uma empresa que adota políticas socioambientais? Você pode obter essa resposta acessando nosso artigo.

 

Por que é importante se preocupar com a economia circular?

A importância mais evidente quando se trata da implementação de uma economia circular, é a grande redução de desperdícios em todas as etapas da cadeia produtiva, gerando também a diminuição da necessidade de extrair matérias-primas.

O impacto direto das mudanças supracitadas, consiste em uma redução de custos para a empresa, uma maior geração de empregos e consequentemente em um aumento de sua eficiência. Ademais, é imprescindível pontuar que a dinâmica de economia circular propicia uma interação benéfica entre o planeta e o ser humano, uma vez que diminui o descarte de resíduos sólidos indevidamente, e aumenta a oferta de recursos naturais para as gerações futuras, ocasionando portanto, um consumo consciente.

Pessoa segurando uma planta

Finalmente, vale lembrar que desde o lançamento da PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) toda empresa precisa realizar um PGRS (Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) para a obtenção de alvarás das suas atividades e evitar assim, futuros problemas socioambientais.

Ficou interessado em implementar um PGRS na sua empresa? Conheça nosso serviço de gerenciamento de resíduos sólidos

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